SILVANA DE OLIVEIRA FERREIRA BISPO1
Resumo
O artigo busca uma reflexão quanto às potencialidades da geração net e os desafios dos professores para lidar com a nova cultura gerada pelo uso das tecnologias, especificamente o computador e a internet. A partir de experiências observadas em sala de aula argumenta que nem todas as características atribuídas à geração net estão de fato sendo potencializadas e chama a atenção para a responsabilidade do professor enquanto agente mediador de possibilidades de conhecimentos, bem como no que diz respeito ao seu preparo para lidar com essa nova geração e as complexidades envolvidas.
Palavras-Chave: Geração Net. Potencialidades. Realidades da Sala de Aula. Preparo dos Professores.
1.0 INTRODUÇÃO:
Estudantes de diversas faixas etárias disputam, muitas vezes aos empurrões, as aulas de informática. Uma análise superficial nos faria crer que finalmente os professores encontraram um mecanismo para despertar o interesse dos alunos pela sala de aula e todos os seus pesadelos passaram a fazer parte do passado. Mas será que essa é a realidade quando se atravessa a porta da sala?
Durante três anos de experiência como professora de informática de uma escola da rede particular de ensino, tenho percebido que a situação não é tão simples assim. Se por um lado o interesse dos alunos é grande quando se trata de tecnologia, esse mesmo interesse tem causado conflitos em sala de aula e gerado medidas que desestimulam o uso de aparelhos como mp3, mp4, e celulares no ambiente escolar.
Situações como essa acontecem, muitas vezes, devido à falta de um plano pedagógico em que o uso das tecnologias tenham o seu espaço. É necessário que os professores apropriem-se do uso dessas tecnologias em suas aulas, em especial o uso do computador e da internet.
2.0 GERAÇÃO NET
Estamos acompanhando uma nova geração de jovens, denominada por Don Tapscott(1999) de geração net. O termo designa jovens e alunos que já nasceram envolvidos pelas tecnologias e para os quais esta é, literalmente, brincadeira de criança.
Segundo Tapscott (1999), no livro Geração Digital, existe uma cultura característica dos jovens alunos que “já nasceram cercados por mídias digitais”. Dentre outras coisas, eles são independentes e autônomos, possuem espírito de investigação e não se conformam em ser meros receptores. Tais características são perspectivas fantásticas para que haja uma revolução na sala de aula. Mas tal revolução não tem acontecido. De acordo com ANTUNES (2007) em matéria publicada na Revista Veja, os computadores não têm sido utilizados de maneira a contribuir tão positivamente com o processo educativo, quanto poderia e deveria.
Escolas e educadores devem estar atentos às características dessa nova geração e empenhar-se em estimular as suas potencialidades. Infelizmente esse estímulo não tem sido feito em razão, dentre outros fatores, da falta de informação de algumas escolas e seus educadores.
Um exemplo é a forma como a tecnologia é encarada pelos alunos e por suas escolas. Para os jovens da geração net, os computadores são algo familiar, comum, sem maiores mistérios, enquanto que algumas escolas têm visto o computador como um equipamento caro, que se posto na mão dos estudantes será quebrado. Essa postura tem gerado laboratórios fechados, e inúmeras possibilidades de aprendizado desperdiçadas.
Outra dificuldade tem sido a falta de conhecimento, muitas vezes acompanhada de acomodação, de alguns professores. Enquanto os seus alunos estão buscando programas que melhorem o desempenho dos seus jogos, criando fóruns e comunidades no Orkut e baixando música e vídeo para os seus mp3 e mp4, esses professores têm dificuldades para enviar um e-mail ou baterem um papo no messenger.
Faltam ainda políticas públicas mais direcionadas à capacitação do professor no uso das tecnologias com perspectivas pedagógicas. Os investimentos na área foram direcionados inicialmente à economia. O governo preocupou-se, em princípio, em facilitar a aquisição de computadores pelos cidadãos e em montar laboratórios nas escolas, através de programas como o Computador para Todos e Proinfo, dentre outros.
Faz-se necessário, entretanto, programas mais efetivos de formação dos educadores, para que haja um real aproveitamento das estruturas montadas, dentro de propostas pedagógicas.
Em função dessa prioridade econômica ao tratar das tecnologias, professores e alunos têm sido estimulados a serem meros consumidores, apenas. E isso tem refletido negativamente em sala de aula, à medida que os professores passaram a ter que disputar a atenção dos alunos com mp3, celulares com câmera e outros, por não estarem certos, alunos e professores, quanto ao lugar dessas tecnologias na rotina escolar.
Por sua vez, algumas escolas vêem como solução, pelo menos imediata, a proibição dessas tecnologias no ambiente escolar, criando, de certa forma, a idéia errônea de que educação e tecnologia não combinam.
Medidas como essa não vão, de fato, resolver os problemas, pois é fato consumado que estamos lidando com uma geração ávida por tecnologia e que tem uma facilidade indiscutível de absorvê-las. Em contrapartida, temos educadores ainda um tanto quanto alheios à essas tecnologias, que têm-se tornado ressentidos e inconformados com o fato de terem de mudar sua forma de atuação, da confortável, muitas vezes, posição de transmissor de conhecimento, para a de estimulador de inteligências, conforme (TAPSCOT,1999 apud RODRIGUES, 20?). Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação (MEC) revelou que os estudantes que usam o computador na escola estão seis meses atrasados nas matérias curriculares quando comparados aos alunos que não têm acesso ao computador. Já em países como o Chile e o Canadá os projetos que envolvem computadores em sala de aula obtiveram sucesso, e o que tem feito a diferença é a capacitação dos professores para o uso do computador com fins pedagógicos. (ANTUNES, 2007).
Essa e outras experiências, inclusive no Brasil, mostram que é possível e desejável a utilização da tecnologia numa perspectiva pedagógica, falta apenas um maior empenho de professores, escolas e governo, no sentido de enxergar as novas possibilidades que a tecnologia oferece à educação.
3.0 CONCLUSÃO
Escolas e educadores não devem encarar as tecnologias como um invasor que está criando dificuldades para a educação, mas como um poderoso aliado pedagógico, que traz inúmeras possibilidades de aprendizado e de facilitação da compreensão do conteúdo. Devem buscar apropriar-se das suas muitas possibilidades e usá-las para estimular as diversas potencialidades da nova geração que temos a responsabilidade de educar.
1 – Graduanda do Curso de Letras/Língua Estrangeira/Inglês – ILUFBA – UFBA.
Resumo
O artigo busca uma reflexão quanto às potencialidades da geração net e os desafios dos professores para lidar com a nova cultura gerada pelo uso das tecnologias, especificamente o computador e a internet. A partir de experiências observadas em sala de aula argumenta que nem todas as características atribuídas à geração net estão de fato sendo potencializadas e chama a atenção para a responsabilidade do professor enquanto agente mediador de possibilidades de conhecimentos, bem como no que diz respeito ao seu preparo para lidar com essa nova geração e as complexidades envolvidas.
Palavras-Chave: Geração Net. Potencialidades. Realidades da Sala de Aula. Preparo dos Professores.
1.0 INTRODUÇÃO:
Estudantes de diversas faixas etárias disputam, muitas vezes aos empurrões, as aulas de informática. Uma análise superficial nos faria crer que finalmente os professores encontraram um mecanismo para despertar o interesse dos alunos pela sala de aula e todos os seus pesadelos passaram a fazer parte do passado. Mas será que essa é a realidade quando se atravessa a porta da sala?
Durante três anos de experiência como professora de informática de uma escola da rede particular de ensino, tenho percebido que a situação não é tão simples assim. Se por um lado o interesse dos alunos é grande quando se trata de tecnologia, esse mesmo interesse tem causado conflitos em sala de aula e gerado medidas que desestimulam o uso de aparelhos como mp3, mp4, e celulares no ambiente escolar.
Situações como essa acontecem, muitas vezes, devido à falta de um plano pedagógico em que o uso das tecnologias tenham o seu espaço. É necessário que os professores apropriem-se do uso dessas tecnologias em suas aulas, em especial o uso do computador e da internet.
2.0 GERAÇÃO NET
Estamos acompanhando uma nova geração de jovens, denominada por Don Tapscott(1999) de geração net. O termo designa jovens e alunos que já nasceram envolvidos pelas tecnologias e para os quais esta é, literalmente, brincadeira de criança.
Segundo Tapscott (1999), no livro Geração Digital, existe uma cultura característica dos jovens alunos que “já nasceram cercados por mídias digitais”. Dentre outras coisas, eles são independentes e autônomos, possuem espírito de investigação e não se conformam em ser meros receptores. Tais características são perspectivas fantásticas para que haja uma revolução na sala de aula. Mas tal revolução não tem acontecido. De acordo com ANTUNES (2007) em matéria publicada na Revista Veja, os computadores não têm sido utilizados de maneira a contribuir tão positivamente com o processo educativo, quanto poderia e deveria.
Escolas e educadores devem estar atentos às características dessa nova geração e empenhar-se em estimular as suas potencialidades. Infelizmente esse estímulo não tem sido feito em razão, dentre outros fatores, da falta de informação de algumas escolas e seus educadores.
Um exemplo é a forma como a tecnologia é encarada pelos alunos e por suas escolas. Para os jovens da geração net, os computadores são algo familiar, comum, sem maiores mistérios, enquanto que algumas escolas têm visto o computador como um equipamento caro, que se posto na mão dos estudantes será quebrado. Essa postura tem gerado laboratórios fechados, e inúmeras possibilidades de aprendizado desperdiçadas.
Outra dificuldade tem sido a falta de conhecimento, muitas vezes acompanhada de acomodação, de alguns professores. Enquanto os seus alunos estão buscando programas que melhorem o desempenho dos seus jogos, criando fóruns e comunidades no Orkut e baixando música e vídeo para os seus mp3 e mp4, esses professores têm dificuldades para enviar um e-mail ou baterem um papo no messenger.
Faltam ainda políticas públicas mais direcionadas à capacitação do professor no uso das tecnologias com perspectivas pedagógicas. Os investimentos na área foram direcionados inicialmente à economia. O governo preocupou-se, em princípio, em facilitar a aquisição de computadores pelos cidadãos e em montar laboratórios nas escolas, através de programas como o Computador para Todos e Proinfo, dentre outros.
Faz-se necessário, entretanto, programas mais efetivos de formação dos educadores, para que haja um real aproveitamento das estruturas montadas, dentro de propostas pedagógicas.
Em função dessa prioridade econômica ao tratar das tecnologias, professores e alunos têm sido estimulados a serem meros consumidores, apenas. E isso tem refletido negativamente em sala de aula, à medida que os professores passaram a ter que disputar a atenção dos alunos com mp3, celulares com câmera e outros, por não estarem certos, alunos e professores, quanto ao lugar dessas tecnologias na rotina escolar.
Por sua vez, algumas escolas vêem como solução, pelo menos imediata, a proibição dessas tecnologias no ambiente escolar, criando, de certa forma, a idéia errônea de que educação e tecnologia não combinam.
Medidas como essa não vão, de fato, resolver os problemas, pois é fato consumado que estamos lidando com uma geração ávida por tecnologia e que tem uma facilidade indiscutível de absorvê-las. Em contrapartida, temos educadores ainda um tanto quanto alheios à essas tecnologias, que têm-se tornado ressentidos e inconformados com o fato de terem de mudar sua forma de atuação, da confortável, muitas vezes, posição de transmissor de conhecimento, para a de estimulador de inteligências, conforme (TAPSCOT,1999 apud RODRIGUES, 20?). Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação (MEC) revelou que os estudantes que usam o computador na escola estão seis meses atrasados nas matérias curriculares quando comparados aos alunos que não têm acesso ao computador. Já em países como o Chile e o Canadá os projetos que envolvem computadores em sala de aula obtiveram sucesso, e o que tem feito a diferença é a capacitação dos professores para o uso do computador com fins pedagógicos. (ANTUNES, 2007).
Essa e outras experiências, inclusive no Brasil, mostram que é possível e desejável a utilização da tecnologia numa perspectiva pedagógica, falta apenas um maior empenho de professores, escolas e governo, no sentido de enxergar as novas possibilidades que a tecnologia oferece à educação.
3.0 CONCLUSÃO
Escolas e educadores não devem encarar as tecnologias como um invasor que está criando dificuldades para a educação, mas como um poderoso aliado pedagógico, que traz inúmeras possibilidades de aprendizado e de facilitação da compreensão do conteúdo. Devem buscar apropriar-se das suas muitas possibilidades e usá-las para estimular as diversas potencialidades da nova geração que temos a responsabilidade de educar.
1 – Graduanda do Curso de Letras/Língua Estrangeira/Inglês – ILUFBA – UFBA.
REFERÊNCIAS:
ANTUNES, Camila. DESCONECTADOS. Disponível em:
RODRIGUES, Jorge Nascimento. CHEGOU A GERAÇÃO NET. Disponível em:
TAPSCOTT, Don. GERAÇÃO DIGITAL: A Crescente e Irreversível Ascenção da Geração Net. São Paulo: Makron Books, 1999.
6 comentários:
Oi Sil, nossa gostei do seu tema, Estudei um pouco sobre Tapscott e ele é maravilhoso! É isso mesmo o mundo é da Geração Net, mas como as escolas irão se preparar para essa garotada? utiliznado os métodos tradicionalistas de sempre?? Que nós enquanto educadoras que somos possamos refletir sobre nossas práticas né mesmo, afinal de contas estamos também inseridas no processo de aprendizagem desta geração e não podemos cruzar os braços para responsabilizar apenas as autoridades governamentais pelo modelo educacional ou os diretores escolares, afinal de contas temos a nossa parcelinha..rss
Adorei seu artigo,,, beijos!!
Mas um semestre ghega oa fim e to passando para desejar um otimo final de ano,muitas felicidades e sucesso.
vc gosta mesmo de tecnollogias da para peceber pela paixão com que fala sobre o assunto.
sucesso!
Seu tema d+ acho q conseguiu resumir a disciplina ehhe ..
muito interessante concordo plenamente,acho que deve acabar com esse negoço de proibição,acho que as escolas devem mesmo capacitar incluir seus professores e incluir esses alunos tecnologia é o presente e o futuro todos precisamos...
FOII MUITOOOO BOM ESTAR CM VC!! ADOREII É UMA PENA QUE NÃO TENHA RECEBIDO MEU EMAIL,POIS TAVA INSPIRADA E RESOLVI FALAR TUDO PA VC.. SÓ ELOGIOS MAS ACHO Q CONSEGUIR NÉ? NA ÚLTIMA AULA ,MUITO OBRIGADO PELA SAU AJUDA ESPERO AINDA PUDER NOS ENCONTRAR!!
BJUSS TUDO D BOMM
Poxa Silvana muito bonito o seu blog. Gostei do seu artigo diferente dos outros que li das colegas da disciplina. Você traz muito a sua vivência enquanto professora é legal isso. Vindo de uma pessoa que trabalha no cotidiano com essa geração net, fica com mais credibilidade. Obrigada pelo comentário que tu fez sobre meu atrigo. Valeu, percebi que você e´uma pessoa super competente. Parabéns por suas participações produtivas e colaborativas para a nossa formação nessa disciplina. Valeu mulher das letras e das tecnologias!
Parabéns Silvana, adorei seu artigo. O tema é muito bom, mas a forma como vc explorou é melhor ainda (hehehe). Concordo com oq disse, e gostei da parte em que fala que os professores rejeitam as tecnologias por "preguiça" de mudar a metodologia. Realmete é um desafio eles deixarem de ser o tão respeitado TRANSMISSOR do conheicimento, para se tornar um mero mediador (perceba a irônia). Francamente, nos educadores temos que peceber que o protagonista da sala de aula é o aluno, e dixar a vaidade de lado. Claro que esse não é o único problema, mas talvez seja o único que dependa, exclussivamente, do professor.
Obrigada pelo seu comentétio no meu blog, agora pude ver como é gratificante e estimulante ler um comentário sobre oq escrevemos.
Boa sorte e espero ser sua colega mais vezes!
Postar um comentário