O canto “o Caos e o Cosmo” é o terceiro da obra “Por Mares Nunca Dantes” do autor Geraldo Carneiro. Nesta obra o autor apresenta uma crítica aos Lusíadas de Luiz Vaz de Camões. Depreende-se o Caos e o cosmo, como a ordem na desordem, o cosmo como a totalidade de todas as coisas o universo ordenado, pois o caos se origina no cosmo.
O título da obra remete a Dante e a Divina Comédia que também contém uma crítica ao sistema.
No primeiro canto, Carneiro apresenta o personagem principal da obra, Luiz Vaz, despido de toda a sua pompa de herói “[...] sem armas nem barões assinalados”, “sulcando o mar em sua nave ave...” e envolto com as façanhas da máquina do mundo que o levaria às terras do Brasil, eventos relacionados aos cantos um e dez de Os Lusíadas.
No canto dois, o autor utiliza-se do episódio do Cabo das Tormentas associado ao Concílio dos deuses para começar o processo de passagem de Luiz Vaz do século XVI ao XX.
Carneiro dá uma pausa no processo iniciado no canto dois, para estabelecer uma comparação entre as convicções cosmológicas do Camões do século XVI e a realidade que seria encontrada no século XX por Luiz Vaz.
O canto três inicia com a afirmação “é, claro, não há cúpula no céu”. Essa informação de Geraldo Carneiro está em consonância com o sistema heliocêntrico, vigente no século XX.
A palavra cúpula nessa frase revela um jogo polissêmico que abarca uma multiplicidade de sentidos. Conceitua-se cúpula como uma abóbada, forma arqueada abaulada, estrutura arquitetônica de alcance maior, geralmente edificada no alto das catedrais, nas basílicas, nos palácios. Em italiano, uma catedral é geralmente chamada um duomo que vem do latim domus que significa ‘lar’ (‘o lar de Deus’). A primeira cúpula residencial foi a de Nero.. Cúpula é uma marca de um palácio ambicioso. De acordo com o mini dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1993) cúpula é “a chefia, conferência internacional com dirigentes de vários países”. Em astronomia, é o hemisfério celeste visível, o firmamento. O que nos leva a associar a cúpula como uma miniatura da máquina do mundo.
Contudo, metaforicamente, a cúpula no poema, representa uma crítica à ideologia vigente na época em que Os Lusíadas foi escrito. O poder, as certezas das gentes tão possantes daquela época. A própria cúpula da igreja.
Na morfologia do universo não há um céu específico para a Terra (forma arredondada como uma cúpula), segundo heliocentrismo, entretanto em sentido contrário a idéia disseminada pela igreja, legitimava a existência de um céu específico para a Terra (geocentrismo). O posicionamento da Terra em relação aos outros astros seria um sinal de privilégio divino, um dogma sustentado pela igreja.
Em seguida, o texto apresenta uma ressalva quanto à idéia do geocentrismo: “a não ser para os corações nostálgicos das elucubrações ptolomaicas”. Esse trecho pode representar a corrente presa aos velhos dogmas do sistema para defesa do modelo cosmológico de Ptolomeu, uma referência a Cláudio Ptolomeu, um cientista grego que viveu durante o período helenista, sendo reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astrologia, autonomia, geografia e cartografia, realizou também trabalhos importantes em óptica e teoria musical.
Contudo, seu legado que teria importância significativa para o entendimento das citações de Geraldo Carneiro, a saber, o tratado de astronomia. Esta é uma das obras mais importantes e influentes da Antiguidade Clássica, nela está descrito todo o conhecimento astronômico babilônico e grego que serviu como guia para as astronomias dos Árabes, Indianos e Europeus, até o aparecimento da teoria heliocêntrica de Copérnico.
Ptolomeu apresenta um sistema cosmológico geocêntrico, isto é a Terra está no centro do Universo e os outros corpos celestes, planetas e estrelas, descrevem órbitas ao seu redor e por isso fora criticado por alguns pesquisadores e estudiosos de astronomia , a exemplo de Isaac Newton, sob a acusação de não ter realizado nenhuma observação astronômica, mas apenas plagiado dados de Hiparco.
O título da obra remete a Dante e a Divina Comédia que também contém uma crítica ao sistema.
No primeiro canto, Carneiro apresenta o personagem principal da obra, Luiz Vaz, despido de toda a sua pompa de herói “[...] sem armas nem barões assinalados”, “sulcando o mar em sua nave ave...” e envolto com as façanhas da máquina do mundo que o levaria às terras do Brasil, eventos relacionados aos cantos um e dez de Os Lusíadas.
No canto dois, o autor utiliza-se do episódio do Cabo das Tormentas associado ao Concílio dos deuses para começar o processo de passagem de Luiz Vaz do século XVI ao XX.
Carneiro dá uma pausa no processo iniciado no canto dois, para estabelecer uma comparação entre as convicções cosmológicas do Camões do século XVI e a realidade que seria encontrada no século XX por Luiz Vaz.
O canto três inicia com a afirmação “é, claro, não há cúpula no céu”. Essa informação de Geraldo Carneiro está em consonância com o sistema heliocêntrico, vigente no século XX.
A palavra cúpula nessa frase revela um jogo polissêmico que abarca uma multiplicidade de sentidos. Conceitua-se cúpula como uma abóbada, forma arqueada abaulada, estrutura arquitetônica de alcance maior, geralmente edificada no alto das catedrais, nas basílicas, nos palácios. Em italiano, uma catedral é geralmente chamada um duomo que vem do latim domus que significa ‘lar’ (‘o lar de Deus’). A primeira cúpula residencial foi a de Nero.. Cúpula é uma marca de um palácio ambicioso. De acordo com o mini dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1993) cúpula é “a chefia, conferência internacional com dirigentes de vários países”. Em astronomia, é o hemisfério celeste visível, o firmamento. O que nos leva a associar a cúpula como uma miniatura da máquina do mundo.
Contudo, metaforicamente, a cúpula no poema, representa uma crítica à ideologia vigente na época em que Os Lusíadas foi escrito. O poder, as certezas das gentes tão possantes daquela época. A própria cúpula da igreja.
Na morfologia do universo não há um céu específico para a Terra (forma arredondada como uma cúpula), segundo heliocentrismo, entretanto em sentido contrário a idéia disseminada pela igreja, legitimava a existência de um céu específico para a Terra (geocentrismo). O posicionamento da Terra em relação aos outros astros seria um sinal de privilégio divino, um dogma sustentado pela igreja.
Em seguida, o texto apresenta uma ressalva quanto à idéia do geocentrismo: “a não ser para os corações nostálgicos das elucubrações ptolomaicas”. Esse trecho pode representar a corrente presa aos velhos dogmas do sistema para defesa do modelo cosmológico de Ptolomeu, uma referência a Cláudio Ptolomeu, um cientista grego que viveu durante o período helenista, sendo reconhecido pelos seus trabalhos em matemática, astrologia, autonomia, geografia e cartografia, realizou também trabalhos importantes em óptica e teoria musical.
Contudo, seu legado que teria importância significativa para o entendimento das citações de Geraldo Carneiro, a saber, o tratado de astronomia. Esta é uma das obras mais importantes e influentes da Antiguidade Clássica, nela está descrito todo o conhecimento astronômico babilônico e grego que serviu como guia para as astronomias dos Árabes, Indianos e Europeus, até o aparecimento da teoria heliocêntrica de Copérnico.
Ptolomeu apresenta um sistema cosmológico geocêntrico, isto é a Terra está no centro do Universo e os outros corpos celestes, planetas e estrelas, descrevem órbitas ao seu redor e por isso fora criticado por alguns pesquisadores e estudiosos de astronomia , a exemplo de Isaac Newton, sob a acusação de não ter realizado nenhuma observação astronômica, mas apenas plagiado dados de Hiparco.
Já o modelo heliocêntrico, apresentado por Carneiro na abertura do canto, é uma teoria científica que afirma ser o Sol, e não a Terra, o centro do Universo. Esta teoria foi proposta pela primeira vez pelo astrônomo grego Aristarco de Samos, mas só com Nicolau Copérnico, e em especial com Galielu Galielei é que se tornou mais sustentada pela observação dos astros através do recém-inventado telescópio.
Galileu usou o telescópio para observar sistematicamente o céu, fazendo várias descobertas importantes. Por ser uma teoria contrária aos interesses da igreja permaneceu por muitos anos rejeitada, principalmente pela época tão conturbada da reforma protestante, a aceitação do geocentrismo implicaria em novas interpretações da bíblia pela igreja, com o passar do tempo foi se firmando, porém, a
Galileu usou o telescópio para observar sistematicamente o céu, fazendo várias descobertas importantes. Por ser uma teoria contrária aos interesses da igreja permaneceu por muitos anos rejeitada, principalmente pela época tão conturbada da reforma protestante, a aceitação do geocentrismo implicaria em novas interpretações da bíblia pela igreja, com o passar do tempo foi se firmando, porém, a
doutrina da Igreja permaneceu por muito tempo fiel ao geocentrismo.
Essas informações ganham relevância para interpretar o canto três quando se depreende a existência do conflito entre o catolicismo e o conhecimento cientifico, a própria cúpula exercendo o controle do imaginário distanciando-se das descobertas científicas o qual no texto pode ter como representação a chegada de Luis Vaz ao Brasil no século XX com as concepções do século XVI.
Essas informações ganham relevância para interpretar o canto três quando se depreende a existência do conflito entre o catolicismo e o conhecimento cientifico, a própria cúpula exercendo o controle do imaginário distanciando-se das descobertas científicas o qual no texto pode ter como representação a chegada de Luis Vaz ao Brasil no século XX com as concepções do século XVI.
E segue com uma breve descrição da teoria geocêntrica: “a Terra no centro do Universo e ao seu redor a dança das esferas”,
A menção à dança das esferas é também uma referência à cosmologia, representada pelo movimento dos corpos celestes, planetas e estrelas descrevendo a óbita ao redor da Terra.
O autor ainda refere-se à teroria geocêntrica na frase: “às quais se afixam as ficções e outras estrelas”. E para enfatizar a idéia de que havia realmente um grande interesse em fincar, firmar, as concepções errôneas, ou falácias defendidas pela ideologia dominante, que a Terra estava parada no centro do universo, usa a aliteração, uma figura de linguagem sonora que repete as consoantes.
Em seguida o autor apresenta a idéia da cúpula como a símile de uma ideologia dominante arbitrária que define a sociedade. É uma aproximação equivalente a teoria do caos , teoria que explica como as diversas categorias e seus componentes mudam ao longo do tempo. Do caos emergem padrões, no caos existe uma ordem. No entanto, a cúpula é mantida por ser apropriada para tornar impenetrável qualquer outra ordem de dominio.
Carneiro pode estar chamando a atenção do leitor para o fato de estarmos contidos nesse sistema sem lógica nem razão, quando diz que “giramos por esporte & êxtase ou outra inspiração não decifrada”. Assim como, na época de Camões as pessoas seguiam o sistema vigente às vezes sem questionar, outras vezes por acreditar verdadeiramente, também reproduzimos hoje esse comportamento, seja através da falta do conhecimento das tramas da política vigente ou até mesmo pela imersão do povo ao êxtase do consumo instigado pelas campanhas publicitárias.
Quando Carneiro diz “ e mais no caso a cúpula é a figura extraída do reino do visível” O autor ainda atribui à cúpula o significado de esfera, o campo não científico que pode ser observado a olho nu, “para iluminar as trevas da sintaxe cosmológica e assim elucidar graficamente a fúria do fenômeno” apresenta um jogo semântico que pode representar tanto a dissipação das trevas com o iluminismo deslindado por meio da ciência, ou talvez tornar mais tenebrosa com a sombra da ignorância e funcionalidade da sintaxe cosmológica, uma alusão ao próprio caos da Língua portuguesa, referenciado na intertextualidade dos lusíadas, quando Camões, pela boca de Vasco da Gama conta como os poderosos do mundo, especialmente gregos e romanos, eram amantes das letras e lamenta que os seus conterrâneos desprezem a língua, a poesia, o cantar e louvar de heróis e povos, numa crítica a pouca valorização da Língua Portuguesa pelos seus conterrâneos.
O texto de Geraldo Carneiro é uma metalinguagem. Através de um recurso artístico metafórico irônico, o autor utiliza a linguagem para descrever algo sobre outra(s) linguagem (ns) com empréstimos lingüísticos estrangeiros a exemplo do alemão para indicar a escola literária das tormentas das idéias, do inglês brincando com a significação das palavras e dos títulos de obras para aludir às interpenetrações e neologismos de outras línguas estrangeiras no domínio da Língua Portuguesa, representado no texto por vocábulos do idioma italiano, do português arcaico e dos falares coloquiais e idioleto uma variação de uma língua única a um indivíduo, assim como o próprio estranhamento na comunicação entre a língua portuguesa de outrora e as variações da Língua Portuguesa na ex-colônia de Portugal.
Finalmente, a caravela guiada pelo vento, e “por capricho da máquina do mundo” é conduzida ao acaso ao caos que chegará ao rumo, ao destino do império português. O fragmento do texto faz a releitura do destino traçado pela própria nação portuguesa, pela cúpula da igreja, pela ideologia dominante, em razão da cobiça das riquezas da colônia e do comércio. Uma crítica a celebração dos 500 anos do Brasil.
O trecho mencionado acima, tem ligação com o episódio da máquina do mundo de Os Lusíadas quando Tétis conduz Vasco da Gama ao cume de um monte para lhe mostrar a Máquina do Mundo e indicar nela os lugares aonde chegará o Império português, “profetizando” as conquistas a serem alcançadas e fazê-lo conhecer os segredos do Universo, que até então era privilégio apenas dos deuses. Assim a Máquina, é um sinal de que o esforço heróico dos navegantes pode atingir níveis divinos.
Podemos observar no canto três, que assim como Camões se utilizou da figura dos deuses Geraldo utiliza a representação da cúpula como elo, já que é através da cúpula do céu que despenca e ao escorregar na cúpula, Luiz Vaz chega ao Brasil.
O autor encerra o canto dois com a cúpula do céu despencando - que poderia ser a queda das concepções geocêntricas – no canto três ele discorre a respeito dessa teoria e encerra mais um canto com a figura da cúpula, através da qual Luiz Vaz escorrega nas “terras do pau-brasil” - as índias ocidentais como uma referência mercadológica.
Essa idéia é endossada pelo fato de Carneiro marcar três vezes no canto, o conceito de cúpula. Ele inicia o canto afirmando a não existência da cúpula: “é claro não há cúpula no céu”. Em seguida ele informa o que é cúpula, “é uma símile”. E antes de encerrar o canto ela atribui mais um significado à cúpula: “mais, no caso cúpula é a figura extraída do reino do visível.” Dessa forma, a figura da cúpula e seus múltiplos significados no texto, contribuíram para a chegada de Luiz Vaz ao Brasil.
CARNEIRO, Geraldo. POR MARES NUNCA DANTES. Rio de Janeiro. 2000
A menção à dança das esferas é também uma referência à cosmologia, representada pelo movimento dos corpos celestes, planetas e estrelas descrevendo a óbita ao redor da Terra.
O autor ainda refere-se à teroria geocêntrica na frase: “às quais se afixam as ficções e outras estrelas”. E para enfatizar a idéia de que havia realmente um grande interesse em fincar, firmar, as concepções errôneas, ou falácias defendidas pela ideologia dominante, que a Terra estava parada no centro do universo, usa a aliteração, uma figura de linguagem sonora que repete as consoantes.
Em seguida o autor apresenta a idéia da cúpula como a símile de uma ideologia dominante arbitrária que define a sociedade. É uma aproximação equivalente a teoria do caos , teoria que explica como as diversas categorias e seus componentes mudam ao longo do tempo. Do caos emergem padrões, no caos existe uma ordem. No entanto, a cúpula é mantida por ser apropriada para tornar impenetrável qualquer outra ordem de dominio.
Carneiro pode estar chamando a atenção do leitor para o fato de estarmos contidos nesse sistema sem lógica nem razão, quando diz que “giramos por esporte & êxtase ou outra inspiração não decifrada”. Assim como, na época de Camões as pessoas seguiam o sistema vigente às vezes sem questionar, outras vezes por acreditar verdadeiramente, também reproduzimos hoje esse comportamento, seja através da falta do conhecimento das tramas da política vigente ou até mesmo pela imersão do povo ao êxtase do consumo instigado pelas campanhas publicitárias.
Quando Carneiro diz “ e mais no caso a cúpula é a figura extraída do reino do visível” O autor ainda atribui à cúpula o significado de esfera, o campo não científico que pode ser observado a olho nu, “para iluminar as trevas da sintaxe cosmológica e assim elucidar graficamente a fúria do fenômeno” apresenta um jogo semântico que pode representar tanto a dissipação das trevas com o iluminismo deslindado por meio da ciência, ou talvez tornar mais tenebrosa com a sombra da ignorância e funcionalidade da sintaxe cosmológica, uma alusão ao próprio caos da Língua portuguesa, referenciado na intertextualidade dos lusíadas, quando Camões, pela boca de Vasco da Gama conta como os poderosos do mundo, especialmente gregos e romanos, eram amantes das letras e lamenta que os seus conterrâneos desprezem a língua, a poesia, o cantar e louvar de heróis e povos, numa crítica a pouca valorização da Língua Portuguesa pelos seus conterrâneos.
O texto de Geraldo Carneiro é uma metalinguagem. Através de um recurso artístico metafórico irônico, o autor utiliza a linguagem para descrever algo sobre outra(s) linguagem (ns) com empréstimos lingüísticos estrangeiros a exemplo do alemão para indicar a escola literária das tormentas das idéias, do inglês brincando com a significação das palavras e dos títulos de obras para aludir às interpenetrações e neologismos de outras línguas estrangeiras no domínio da Língua Portuguesa, representado no texto por vocábulos do idioma italiano, do português arcaico e dos falares coloquiais e idioleto uma variação de uma língua única a um indivíduo, assim como o próprio estranhamento na comunicação entre a língua portuguesa de outrora e as variações da Língua Portuguesa na ex-colônia de Portugal.
Finalmente, a caravela guiada pelo vento, e “por capricho da máquina do mundo” é conduzida ao acaso ao caos que chegará ao rumo, ao destino do império português. O fragmento do texto faz a releitura do destino traçado pela própria nação portuguesa, pela cúpula da igreja, pela ideologia dominante, em razão da cobiça das riquezas da colônia e do comércio. Uma crítica a celebração dos 500 anos do Brasil.
O trecho mencionado acima, tem ligação com o episódio da máquina do mundo de Os Lusíadas quando Tétis conduz Vasco da Gama ao cume de um monte para lhe mostrar a Máquina do Mundo e indicar nela os lugares aonde chegará o Império português, “profetizando” as conquistas a serem alcançadas e fazê-lo conhecer os segredos do Universo, que até então era privilégio apenas dos deuses. Assim a Máquina, é um sinal de que o esforço heróico dos navegantes pode atingir níveis divinos.
Podemos observar no canto três, que assim como Camões se utilizou da figura dos deuses Geraldo utiliza a representação da cúpula como elo, já que é através da cúpula do céu que despenca e ao escorregar na cúpula, Luiz Vaz chega ao Brasil.
O autor encerra o canto dois com a cúpula do céu despencando - que poderia ser a queda das concepções geocêntricas – no canto três ele discorre a respeito dessa teoria e encerra mais um canto com a figura da cúpula, através da qual Luiz Vaz escorrega nas “terras do pau-brasil” - as índias ocidentais como uma referência mercadológica.
Essa idéia é endossada pelo fato de Carneiro marcar três vezes no canto, o conceito de cúpula. Ele inicia o canto afirmando a não existência da cúpula: “é claro não há cúpula no céu”. Em seguida ele informa o que é cúpula, “é uma símile”. E antes de encerrar o canto ela atribui mais um significado à cúpula: “mais, no caso cúpula é a figura extraída do reino do visível.” Dessa forma, a figura da cúpula e seus múltiplos significados no texto, contribuíram para a chegada de Luiz Vaz ao Brasil.
CARNEIRO, Geraldo. POR MARES NUNCA DANTES. Rio de Janeiro. 2000
OBS: Trabalho feito a seis mãos: Andréia França, Silvana Bispo e Adriana Cardoso.
Um comentário:
muito obrigado pelo elogio. talvez haja algum mérito meu no númerod e alunos, mas podemos converasr sobre isso pessoalmente. Descofio um pouco dos números. Tenho uma visão muito cética dos motivos que levam determinado aluno escolher esse e não aquele professor.
Muito obrigado!
Postar um comentário